8 de set. de 2010

A questão da Liberdade

Alguma vez você já imaginou se tudo o que acontece já não estava marcado para acontecer desde o início do mundo, desde o início dos tempos? Pensando bem, será que não estava marcado, desde o dia em que você nasceu, que você ia ler estas palavras neste exato momento...e também que nós iríamos pensar o que estamos pensando agora? Afinal, será que já não estava tudo marcado para acontecer?
Mas, como você se sente ao imaginar isso? Será que desse modo você, ou cada ser humano que habita este planeta, não seriam apenas marionetes, sem comando próprio? Seríamos, assim, donos das nossas próprias vidas? Mas, valeria a pena viver desse modo? Com este problema chegamos a uma ideia chave quando se fala de ética: a liberdade. E nada mais parece fazer sentido se não a pressupormos.
Quando pensamos na liberdade, parece que pensamos na possibilidade de fazer tudo aquilo que desejamos ou imaginamos. Chegamos a pensar que se não podemos realizar algo.então não somos livres. Ora, somos seres finitos. Não sabemos tudo. Não podemos tudo. E somos mortais. Quando, enfim, ao avaliar cada escolha que fazemos, compreendemos o que podemos e o que não podemos fazer, então chamamos a isto de liberdade. E quando compreendemos o que devemos e o que não devemos fazer, então denominamos a isto de ética. Assim, ética e liberdade se encontram quando, ao nos sabermos sujeitos das escolhas e ações que podemos realizar, então, por isso mesmo, deveremos nos responsabilizar por elas.
Aliás, se não pressupormos a liberdade, como seria possível dizer que algo que tenhamos realizado seja mérito nosso? Afinal, o valor das nossas ações não reside em sabermos que somos nós os responsáveis por nossas conquistas? Por outro lado, não poderíamos dizer o mesmo se realizarmos algo em relação ao qual possamos nos sentir culpados? Afinal, como culpar alguém de qualquer coisa que ele tenha feito se não pressupormos, mais uma vez, que ele seja livre e, assim, responsável por suas ações? Se somos responsáveis por nossos atos, sejam meritosos ou culposos, é porque respondemos por aquilo que fazemos livremente. E responder pelo que se faz chama-se responsabilidade.
Este texto foi extraído do JORNAL MUNDO JOVEM, julho de 2009 ano1, numero 3 http://www.mundojovem.pucrs.br

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